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Arquitetos: RVdM Arquitectos; RVdM Arquitecto
- Área: 621 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
Descrição enviada pela equipe de projeto. Crê-se que a construção do Forte de Santa Catarina, na foz do rio Mondego, remonte ao séc. XVI, mas existem informações de no lugar existir, previamente, uma ermida, como ilustrado numa carta marítima de Pedro Teixeira Albernaz de 1634. A relação espacial e formal entre o Forte e a capela é suí-generis, revelando técnicas construtivas e preocupações espaciais muito distintas. No final, o conjunto configura uma “caixa-forte” triangular guardando uma relíquia.
A obra visou qualificar todo o interior do Forte, nomeadamente o pátio (praça de armas), a capela e as salas dos baluartes. O grau de intervenção foi distinto nos espaços exteriores e interiores, sendo de restauro no primeiro caso e de requalificação no segundo.
Organizaram-se dois programas:
- Para o pátio e a capela a disponibilização de espaços para exposição alusiva à história do Forte, nomeadamente ao seu papel durante as “Guerras Peninsulares”;
- Para as salas dos baluartes, a criação de espaços para bar e restaurante temático. No baluarte sul, na sala de refeições, construí-se uma estrutura laminada de madeira em abóbada que reorganiza a geometria do espaço, controla a luz artificial, oculta infra-estruturas e protege os paramentos originais. No baluarte norte os sanitários repartiram-se em cabines autônomas.
A intervenção procurou ser o menos intrusiva possível, para que as características formais, construtivas e espaciais prevaleçam. Assim, a intervenção mais significativa passou pela introdução de infra-estruturas ocultas permitindo entender o Forte na sua relação espacial original, quer interna como externa - com a paisagem natural e a envolvente urbana. Como um lugar de reclusão, vigia e observação.
Disponibiliza-se o Forte para usufruto público, oferecendo a generalidade dos seus espaços - pátio, salas e terraços, contando e continuando a sua história.